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PIF: o que preciso saber sobre esta doença?

Você sabe o que é PIF? É a sigla de Peritonite Infecciosa Felina, uma doença que deixa os tutores dos gatinhos muito preocupados. Nós aqui na Gatópoles já passamos, e ainda temos, casos de PIF, buscando seu tratamento, que, por mais que possa ser demorado, apresenta chances de cura.

Conversamos com a Dra. Ana Carolina Buzzo Lopes Rigitano – Médica Veterinária que atende os gatinhos da Gatópoles, para obter mais informações sobre a doença. É importante ressaltar que aqui falamos sobre o coronavírus felino, que não é o mesmo tipo de coronavírus humano, portanto, não há relação de transmissão do vírus dos gatos para os humanos e vice-versa.

Veja as perguntas e respostas sobre a doença:

1. O que é PIF (Peritonite Infecciosa Felina)?

A PIF é a sigla dada para a Peritonite Infecciosa Felina, uma doença causada por uma mutação do coronavírus tipicamente benigno (FCoV). Normalmente, atinge filhotes e gatos jovens com menos de dois anos de idade ou gatos mais velhos cujo sistema imunológico está estressado ou comprometido de outra forma.

2. Como a doença se desenvolve nos gatos?

Quase todos os gatos do mundo estão expostos ao coronavírus, especialmente aqueles que vivem ou viveram em gatis, abrigos ou famílias com vários gatos. Entre 90 a 95% dos gatos que contraem o coronavírus poderão ter um breve episódio de diarreia sem complicações adicionais.

Os outros 5 a 10% terão uma predisposição genética ou um sistema imunológico enfraquecido que permite que o vírus mude para a forma virulenta, a PIF. O vírus após a mutação perde sua capacidade de contágio, o que torna desnecessária a separação de gatinhos doentes dos demais gatos da residência.

Quais os principais sintomas que devo observar e como eu sei se meu gato está com PIF?

Os sintomas podem ser sutis e irem evoluindo – existe a PIF seca, que não apresenta acúmulo de líquido, em tórax ou abdômen, e a forma efusiva, que apresenta acúmulo de líquido em abdômen e/ou tórax. Normalmente, sintomas inespecíficos como febre, apatia, hiporexia, são comuns. Pode ocorrer alteração ocular (o tutor nota as pupilas de tamanhos diferentes entre si, olho com aspecto embaçado ou com uma mancha), abdômen abaulado, por conta do liquido, e alteração neurológica (andar cambaleante, falta de equilíbrio).

Para detecção da doença, há necessidade de vários exames complementares, alguns indícios como a presença do líquido livre, a coleta e análise desse liquido, a avaliação de proteínas séricas como albumina e globulina, podem servir de indícios, mas realmente não existe um diagnóstico 100%.  A detecção de coronavírus (algumas vezes solicitado por veterinários), não nos diz nada, pois como mencionado anteriormente, mais de 90% da população felina pode ter a presença do vírus, mas não quer dizer que seja o vírus mutado. Hoje em dia, a possibilidade de um tratamento, faz com que possamos fazer o diagnóstico terapêutico, é quando entramos com a medicação e vemos resposta positiva ao tratamento, isso já nos faz confirmar a suspeita de PIF.

A PIF é transmissível?

Não. Após sofrer a mutação, o vírus perde sua capacidade de transmissão.

Existe cura para a PIF?

Antes de fevereiro de 2019, a peritonite infecciosa felina era uma sentença de morte garantida para gatos. Graças à dedicação nos estudos sobre a doença, o Dr. Niels Pedersen da UC Davis descobriu a cura para a PIF: o análogo de nucleosídeo GS-441524, também conhecido como “GS”.

Como a PIF se desenvolve e como é o tratamento da doença?

Se o sistema imunológico de um gato está saudável e maduro, os glóbulos brancos devem lutar contra uma infecção ou vírus e permitir que o gato desenvolva uma resposta imunológica ou anticorpos. Os gatos que desenvolvem PIF têm um defeito ou deficiência imunológica que os impede de lutarem contra o vírus. Essencialmente, o sistema imunológico do gato está espalhando o vírus por todo o corpo do gato, em vez de tentar eliminá-lo.

O análogo de nucleosídeo GS-441524 é um precursor molecular de uma molécula de trifosfato de nucleosídeo farmacologicamente ativa. Estes análogos atuam como substrato alternativo e terminador da cadeia de RNA da polimerase de RNA dependente de RNA viral. Em termos gerais, o GS se interpõe na reação em cadeia e interrompe a replicação do vírus.

O estudo de caso do Dr. Pedersen determinou que um curso de tratamento bem-sucedido com GS é de um mínimo de 12 semanas, administrado diariamente. Alguns proprietários pararam de tratar assim que os exames de sangue e os diagnósticos voltaram ao normal; no entanto, os poucos gatos que tiveram a recidiva estavam entre aqueles que pararam antes do protocolo de 12 semanas.

Como o curso de tratamento é emocional e financeiramente desgastante, a maioria dos proprietários que atualmente usam o GS opta por prosseguir as 12 semanas completas, para garantir a maior probabilidade de sucesso. Os gatos que passam por 12 semanas inteiras de tratamento e permanecem sem sintomas por 90 dias após a conclusão são considerados oficialmente curados da PIF.

O GS é apresentado na forma injetável subcutânea e, mais recentemente, na forma oral. Ambos são administrados diariamente e a dose é baseada no peso do gato.

Como faço para prevenir meu gato da PIF?

A melhor maneira de evitar que seu gato tenha PIF é mantê-lo livre de estresse, com boa alimentação e cuidados essenciais de higiene com a caixa sanitária. Porém, vale ressaltar, que controlar a infecção pelo coronavírus felino é bem difícil, principalmente de gatos que estiveram em algum momento da vida em contato, mas a boa saúde pode impedir que o vírus sofra a mutação causadora da PIF.

A Gatópoles já teve gatinhos com PIF?

No abrigo, temos dois gatinhos em período de observação, o Paul e a Bibelot, eles já tomaram a medicação e estão muito bem, porém ainda em observação. Hoje, temos o Carambola em tratamento, o período mínimo de tratamento é de 84 dias, ele está nos primeiros 30 dias de medicação.

Paul Newman, que está em período de observação após o tratamento para PIF.

No site https://www.pifentinhos.com.br/ há muitas informações sobre o assunto.

O tratamento da PIF hoje tem tido ótimos resultados e possibilidade de cura. Apesar de não poder ser indicado oficialmente por veterinários, devido a ainda não ser uma medicação legalizada, existe uma grande rede de tutores e voluntários que se arriscam para que mais e mais gatinhos possam ter acesso ao tratamento que tem salvado vidas.

Bibelot, que está em período de observação após o tratamento para PIF.

Para conhecer os casos do Paul e da Bibelot, clique aqui e acesse o perfil do instagram: https://www.instagram.com/bibelot_paul_contrapif

* Contribuição da Dra. Ana Carolina Buzzo Lopes Rigitano – Médica Veterinária que atende os gatinhos da Gatópoles – CRMV-SP 32234.

* Com informações do site: https://www.pifentinhos.com.br/

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Gatópoles

Gatópoles Adoção de Gatinhos, ONG de São Paulo desde 2013, já resgatou e doou mais de 1600 gatos, todos castrados, vacinados e testados para Fiv e Felv.

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